Entenda os prós e os contras da orientação psicológica virtual
Falta de vínculo pode tornar tratamento menos profundo
Boa parte dos profissionais consultados pelo R7 diz que prefere a consulta presencial ao atendimento online. Para Erick Itakura, no Núcleo de Pesquisa da Psicologia em Informática da PUC-SP, uma escola-clínica que só realiza atendimento por e-mail desde 1999, esse tipo de aconselhamento só serve para problemas que podem ser resolvidos no curto prazo, e a pessoa tem que estar disposta a mudar. Nos primeiros anos, a clínica atendia dez pessoas por semestre – a maioria delas era “viciada” em bate-papo virtual. Nos últimos cinco anos, o perfil dos pacientes mudou.
– Hoje, atendemos mais ou menos 15 pessoas por mês, a maior parte dependente de redes sociais, que acabam sendo prejudicadas no trabalho e em suas relações pessoais.
Outros profissionais, como a psicoterapeuta e psicanalista Rose Araújo, alegam que a falta de vínculo com o paciente pode tornar o tratamento menos profundo e mais lento. Rose diz não gostar muito de usar a webcam por sua baixa qualidade de áudio e de vídeo, que prefere usá-la a não fazer terapia. A psicóloga só passou a usar esse recurso há pouco mais de dois anos, a pedido dos pacientes.
– Mas eu só atendo pelo Skype pacientes que não podem vir ao consultório e com quem já estabeleci um vínculo de confiança.
Para aqueles que realizam orientações pela webcam, pessoas com transtornos de ansiedade, síndrome do pânico, estresse, depressão, problemas conjugais ou de comportamento costumam ser as que mais procuram essa alternativa.
Conheça algumas vantagens e desvantagens da orientação online:
– falta de pesquisas no Brasil sobre o assunto
Prós
– acesso fácil ao psicólogo sem precisar se locomover ao consultório
– facilidade em expor suas dificuldades para o psicólogo
– facilita acesso à terapia
– permite acompanhamento mais rápido
– oferece resolução do problema mais rápido
– indicada para casos breves, pontuais
– maior sensação de segurança ao paciente
– vence a questão geográfica
Contras
– perda para o terapeuta na percepção das reações corporais, não verbais, entonação de voz
– estabelecimento lento de vínculo entre paciente e terapeuta
– deixa paciente em situação cômoda
– pode reforçar comportamentos, como a baixa autoestima, que evitam ida ao consultório
– contraindicada para problemas mais complexos, que precisam de tratamento de longo prazo